Victor
Rachel testava todos
os meus limites e minhas vontades. Se não fosse minha obsessão em ser o objeto
de desejo dessa advogada feita de aço, já teria a feito engolir suas palavras
com a ajuda do meu pau. Por menos, inclusive, já havia torturado um membro do Aranhas.
No aeroporto, vindo
em minha direção, com aquela roupa formal e pose profissional, só queria ter um
quarto e algumas horas para me perder em seu corpo. Contentei-me com um beijo
na boca e percebi que nossa aproximação não seria tão fácil como queria. Ela
parecia um cavalo arisco, lutando contra ser domado.
Essa mulher queria o
modo difícil, então, que assim fosse.
Quando tentei ser o
mais cavalheiro que me lembrava ser, tocando sua mão e beijando seu dorso,
nunca imaginei que seria rejeitado sem nem um pingo de cordialidade.
“Vai começar a
ficar patético essa sua insistência em ter afinidade comigo. Eu não quero.”
Ah, mulher teimosa.
Estava lutando contra nossa atração e por mais que ela fosse uma mulher
moderna, não entendia o motivo de não tentar estar comigo. Sabia que meu lado
obscuro era repulsivo, mas... me definia a ponto de não querer se envolver?
Depois que a
abandonei a sua própria sorte com Clin, não antes de deixar claro a ele, com
meu olhar, que não deveria tocar em Rachel, fui para o apartamento de Tom, onde
sabia que Denny estaria. Precisava avisá-lo que sua salvadora havia chegado.
Sem bater, entro com
minha chave mestra e encontro os dois discutindo.
— ... sou seu amigo,
seu irmão, porra! — Tom se exalta e vejo Denny me encarar com raiva. Ambos
estavam de pé no centro da sala. Apesar do meu irmão não fazer parte do Moto
Clube, sua amizade com Tom começou antes de recrutá-lo. Enquanto Tom não teve
opção, a não ser se sujeitar as minhas regras, Denny tem e está almejando a
pior escolha.
— A vadia da advogada
chegou? — Descontando sua ira em mim, pego meu irmão pelo pescoço e aperto,
apenas o suficiente para ele tentar sair do meu aperto. Rachel poderia estar se
comportando como vadia, mas ninguém poderia proferir essas palavras em voz alta,
nem mesmo meu irmão.
Tom sabia que meu
descontrole era apenas para mostrar quem mandava nesse lugar e observou nossa
interação sem fazer nada.
— Controle suas
emoções e sua boca. Rachel está aqui para salvar sua pele. Ela é a melhor no
que faz. — Solto meu aperto e encaro Tom, como cumprimento.
— Todo nervosinho por
causa de uma boceta? Ela é tão boa assim? — Denny testa meus limites como minha
mulher teimosa e percebo um padrão se formando. Foi-se o garoto assustado da
semana passada que foi raptado e agora existe um homem audacioso e que não sabe
seu lugar no Moto Clube.
— O que eu e Rachel
temos não te interessa! Qual é seu problema? — Jogo minhas mãos para o alto em
frustração.
— Eu escutei você
falar com essa mulher. Desde quando o poderoso Victor Aranha se importa com
alguém a não ser seu próprio pau? Você não me quer derrotado por uma mulher,
digo o mesmo para você!
Apesar de querer
quebrar alguns ossos, decido ignorar as provocações e não esboço nenhum
sentimento pelas suas palavras. Essa discussão não levará a nada e precisa ser
encerrada. Ele estava alterado por não saber como Vanessa está e agora entendia
seus sentimentos, o quanto seu humor se alterava por causa de sua mulher.
— Estarei no meu
escritório. Depois do almoço, se encontre com Rachel e seja o bom garoto. —
Bato com a palma da minha mão no seu rosto duas vezes e saio de lá ao som de
xingamentos.
Sei que Tom colocará
ele na linha e o fará respeitar minha mulher, porque todos nesse Moto Clube
sabem que ninguém mexe no que é meu.
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